Jurídico
Trabalho Seguro: seminário é encerrado com reflexão sobre a não violência
A conferência de encerramento foi proferida pelo francês Alain Supiot.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho(CSJT), ministro Brito Pereira, encerrou na sexta-feira o 5º Seminário Internacional Trabalho Seguro, que reuniu durante três dias especialistas de diversas disciplinas para discutir questões relacionadas à violência no trabalho. Segundo o ministro, os debates forammmuito produtivos e trouxeram reflexões sobre assuntos de grande relevância. A conferência de encerramento foi proferida pelo professor francês Alain Supiot, do Collège de France, e teve como tema “O caminho da não violência”.
Confiança
Para Supiot, do Collège de France, um mundo do trabalho sem violência é possível, desde que haja boa vontade e se pratiquem ações visando ao diálogo e à promoção da liberdade sindical. O especialista falou da formação da personalidade humana e das diferenças básicas entre seres humanos e animais irracionais – entre elas a linguagem. “Precisamos confiar na palavra do outro. Essa é a principal condição do Estado não violento. Também é preciso ter solidariedade e cooperação mútua”, disse.
Ações cotidianas
Na conferência “Violência nas Relações de Trabalho: Qual é o nosso papel?”, a advogada Ruth Manus, professora de Direito do Trabalho e Direito Internacional, propôs uma autorreflexão para a identificação de ações cotidianas que podem explicar os fenômenos sociais por trás dos atos de violência nas relações de trabalho. Também buscou evidenciar atitudes que reforçam ou culminam em atos violentos contra os trabalhadores, principalmente nos grupos mais marginalizadas, como mulheres e negros. “Quem de nós pode tratar a violência no trabalho como um assunto de terceiros, e não nosso?”, questionou.
Pacificação
O juiz Haroldo Dutra Dias, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ministrou a conferência “A promoção da paz como meio de superação da violência”. Segundo o magistrado, durante muito tempo as empresas tentaram separar o ambiente empresarial dos valores da espiritualidade e da ética e criar um ambiente artificial com práticas desumanas. “Hoje, as empresas estão se abrindo para acolher a diversidade humana e entendendo que essa é a base da convivência pacifica, da maior produtividade e de um ambiente favorável ao trabalho”, disse. A construção da paz, a seu ver, não se sustenta se for apenas um movimento de fora para dentro. “É como colocar um veiculo em movimento, mas sem combustível”, concluiu.
Superação
Na primeira exposição do Painel “Superação da Violência”, a professora Gabriela Neves Delgado, da faculdade de Direito da UnB, abordou o tema “Tutela jurídica em face da violência no trabalho”. A expositora afirmou que trabalhadores submetidos a relações precárias tendem a sofrer mais violência e que isso pode resultar em danos físicos, psicológicos ou emocionais imediatos ou de longa duração.
O médico Laerte Idal Sznelwar, especialista em ergonomia, saúde do trabalhador e psicodinâmica do trabalho, abordou o tema “A intervenção transformadora na organização do trabalho”. Para ele, o processo civilizatório recomeça a cada nascimento, e é necessário que todos aprendam que não somos capazes de sobreviver sem o outro. “Vivemos grandes paradoxos entre competição e cooperação, individualismo e coletividade. Mas é fundamental entendermos que não dá para jogar futebol sozinho”, exemplificou. “O outro é necessário até mesmo para competir”.
A última exposição foi a do desembargador Ney de Barros Bello Filho, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), que abordou o tema “O assédio moral no serviço público: aspectos legais e éticos” e explicou que o assédio só se caracteriza se a situação for constrangedora ou humilhante. Na sua avaliação, o assédio institucionalizado é o mais grave. “Para se combatê-lo, deve-se ter um planejamento que não confunda assédio com cobrança racional de resultados”, afirmou.
Homenagens
O ministro Brito Pereira aproveitou o encerramento do seminário para homenagear o ministro aposentado João Oreste Dalazen, que presidiu o TST e o CSJT no biênio 2011/2013 e criou, em 2012, o Programa Trabalho Seguro, hoje consolidado. “Trata-se de um homem público notável, que se dedicou à Justiça do Trabalho durante toda a vida”, ressaltou. “Ele percebeu o mal que os acidentes de trabalho e a doenças ocupacionais trazem à sociedade e trabalhou para despertar em todos a importância de preveni-los e de promover um ambiente seguro para os trabalhadores”.
Para a ministra Delaíde Miranda Arantes, coordenadora do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, o seminário ressaltou a importância da prevenção dos acidentes de trabalho físicos e das várias doenças ocupacionais resultantes de um ambiente pouco saudável e despreocupado com as normas de segurança e saúde.
O corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Lelio Bentes Corrêa, também foi homenageado pelo presidente do TST e do CSJT pelo trabalho desenvolvido em prol das crianças e adolescentes. O ministro Lelio Bentes se emocionou com a lembrança e destacou que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) completa 100 anos em 2019 com a reafirmação de seu compromisso de que “sem justiça social não há paz duradoura”.
(GL/LF/AB/IT/JS/AJ)
Jurídico
TRF4 nega recurso da União e determina fornecimento de medicamento para criança com AME
A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu ontem (6/4), por unanimidade, negar recurso da União e manter a decisão de primeira instância que determinou o fornecimento do medicamento Zolgensma, para tratamento de uma criança com Atrofia Muscular Espinhal (AME).
A menina, de 1 ano e 3 meses, mora em Porto Alegre. A mãe ajuizou ação na Justiça Federal em abril do ano passado, alegando que sem o fármaco, a filha corria risco de morte. Em fevereiro deste ano, a 2ª Vara Federal de Porto Alegre proferiu sentença favorável, com cumprimento imediato, determinando à União o fornecimento do medicamento, que tem o custo aproximado de R$ 12 milhões.
A União recorreu com pedido de efeito suspensivo à decisão, e o valor, já depositado judicialmente, não foi liberado. No dia 11 de março, o relator do caso no TRF4, desembargador federal João Batista Pinto Silveira, entendeu que, devido à relevância da matéria, o pedido deveria ser examinado pelo colegiado, e pautou o processo para julgamento na sessão desta quarta-feira.
Na sessão, que foi realizada de forma telepresencial, a 6ª Turma manteve a determinação de fornecimento do tratamento. O relator destacou que “é conhecida a posição do Supremo Tribunal Federal no sentido de que o alto custo da medicação não justifica, por si só, negativa de acesso a tratamento de saúde, uma vez que os pedidos devem ser apreciados caso a caso”.
Em seu voto, o magistrado ainda ressaltou: “mesmo que o fármaco Zolgensma não promova a cura completa, há indícios de que proporciona maior qualidade de vida, com significativa melhora da função motora e redução da necessidade de suporte ventilatório invasivo; tende ainda a apresentar riscos menores para os pacientes, pois não exige que eles se submetam a punções lombares por tempo indeterminado em ambiente hospitalar. Por fim, encerra-se após aplicação de uma única dose, enquanto que os medicamentos já incorporados ao SUS (como nusinersena e risdiplam) são de uso contínuo, de modo que o custo para a manutenção destes últimos, que também têm valor elevado, pode vir a ser tão dispendioso quanto o primeiro”.
Ele concluiu a manifestação de forma favorável à entrega imediata da quantia necessária para o remédio. “Com relação ao perigo de dano grave à União, de difícil reparação, impõe-se considerar que os riscos são consideravelmente mais elevados para a parte autora, já que, à falta de tratamento, a doença degenerativa tende a seguir seu curso, podendo levá-la a óbito. Há também risco de perda da janela de oportunidade. Com 1 ano e 3 meses de idade, aguarda tratamento que, para ter eficácia almejada, deve ser realizado até o final de seu segundo ano de vida. Assim sendo, a sentença deve produzir seus efeitos práticos imediatamente, inclusive quanto à entrega dos valores necessários à aquisição do medicamento”,afirmou Silveira.
Jurídico
Ministro do TST vem ao tribunal conhecer funcionalidades do eproc
O vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desembargador Fernando Quadros da Silva, no exercício da Presidência, recebeu ontem (6/4) visita institucional do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Luiz Philippe Vieira de Mello Filho.
Vieira de Mello, que está em Porto Alegre para a realização da inspeção do CNJ no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, veio conhecer o sistema eproc e suas funcionalidades, principalmente aquelas relativas à execução penal, ressaltando a importância das novas tecnologias na prestação jurisdicional.
Também participou da reunião o coordenador dos sistemas eproc e SEI, juiz federal Eduardo Tonetto Picarelli.
-
Tangará da Serra7 dias atrás
Pastor evangélico de 71 anos é morto a facadas em Tangará da Serra
-
Tangará da Serra4 dias atrás
Homem é preso com mais de 150 espécimes de peixes em Tangará da Serra
-
Tangará da Serra6 dias atrás
Polícia prende suspeito de envolvimento no assassinato de pastor em Tangará da Serra
-
Tangará da Serra7 dias atrás
15 veículos são apreendidos durante operação da Polícia Militar em Tangará
-
Tangará da Serra5 dias atrás
Carreta tomba durante forte chuva na MT-358 em Tangará da Serra
-
Tangará da Serra5 dias atrás
Pai, filho e irmão envolvidos no assassinato de pastor em Tangará se apresentam à polícia
-
Tangará da Serra4 dias atrás
Polícia Civil prende mais um suspeito envolvido no assassinato do pastor Severino em Tangará
-
Tangará da Serra7 dias atrás
Homem descumpre medida protetiva após violência doméstica e acaba preso em Tangará