sábado, 25 de janeiro de 2025
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Saúde

No dia de combate ao câncer, entidades defendem rapidez em diagnóstico

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A advogada Leide Jane tem 47 anos e descobriu em janeiro de 2017 que tinha câncer de colo de útero. Ela fez o tratamento no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), que incluiu quimioterapia, radioterapia e braquiterapia até setembro de 2017. “De lá para cá, tenho feito acompanhamento de três em três meses”, disse Leide Jane à Agência Brasil.

O câncer levou a advogada a mudar alguns hábitos. “Passei a buscar a prática de esportes, passei a não levar desaforo para casa. Meu temperamento mudou um pouquinho, porque antigamente eu guardava muita coisa e hoje eu não estou disposta mais. Busco estar próxima de pessoas alegres; de pessoas problemáticas eu me afasto.”

Leide estará presente no Inca hoje (4), Dia Mundial de Combate ao Câncer, quando o instituto vai divulgar estudo inédito sobre os sobreviventes do câncer e suas necessidades especiais. O estudo revela que, como as taxas de sobrevida da doença são cada vez maiores, milhares de pessoas têm sobrevivido ao câncer em todo o mundo. Muitas, entretanto, ficam com sequelas, inclusive emocionais. O estudo do Inca pretende mostrar como lidar com essas pessoas, como elas reagem e adotam hábitos mais saudáveis.

Leide Jane disse que está se sentindo mais forte. O câncer, para ela, “foi um aprendizado em muitos aspectos”.

Diagnóstico útil

A campanha global Eu Sou e Eu Vou, organizada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC), marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer colocando cada indivíduo, instituição, empresa, governo ou comunidade como potencial vetor de transformação e redução do impacto do câncer. Anualmente, cerca de 9,6 milhões de pessoas em todo o mundo morrem em decorrência do câncer. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) estima que, até 2030, o câncer deve ser a principal causa de morte no mundo. Esses números poderiam ser menores se a doença fosse detectada mais cedo, de modo a permitir um tratamento mais eficaz e assertivo, afirma a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Membro da UICC e em comemoração ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, a Femama convida os brasileiros a se mobilizarem pela aprovação do Projeto de Lei (PLC) 143/2018, ou PLC dos 30 Dias, que pode contribuir com o aumento de diagnósticos em estágios mais iniciais da doença. O projeto foi aprovado pela Câmara Federal em dezembro do ano passado e tramita no Senado.

A presidente voluntária da Femama, Maira Caleffi, reforça que ações em datas como o Dia Mundial de Combate ao Câncer são fundamentais para que a população e o governo deem mais atenção a projetos com potencial de transformação, como a PEC dos 30 Dias. “À medida que o acesso à informação, ao diagnóstico e ao tratamento melhora, a chance de sobrevida também cresce; por isso, devemos continuar a fortalecer a luta por uma legislação que permita acesso a diagnóstico ágil do câncer e salve vidas”, afirma.

O projeto estabelece que os exames necessários para a descoberta do câncer ou a confirmação em biópsia devem ser feitas em 30 dias no Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje não há um prazo definido para a confirmação da doença, o que pode fazer com que o câncer evolua, impedindo que os doentes possam se tratar de forma mais rápida.

Mobilização

As 74 ONGs que integram a rede Femama no Brasil foram mobilizadas para entregar documentos aos senadores de seus estados, com explicações sobre a importância do projeto e para que apoiem a medida na Casa.

Dados da Sociedade Americana do Câncer (ACS) revelam que nos Estados Unidos as chances de sobrevida após cinco anos de uma paciente com câncer de colo de útero, por exemplo, que teve diagnóstico nos estágios iniciais, é de 93%, contra 15% nos casos em que o diagnóstico é feito em estágios mais avançados.

A entidade brasileira defende ainda que o tratamento de pacientes com câncer em estágios iniciais é muito mais barato. Segundo a Femama, no caso do câncer de mama, o investimento feito em uma paciente na rede pública de saúde brasileira era de R$ 49.488, em 2016, quando o diagnóstico era feito no primeiro estágio da doença. Quando diagnosticado no terceiro estágio, esse custo evoluía para R$ 93.241.

A população brasileira pode contribuir para o avanço da PEC dos 30 Dias no Senado pela internet, no portal do Senado E-cidadania, votando de maneira afirmativa à pergunta: “Você Apoia essa Proposição?”.

Edição: Talita Cavalcante

Saúde

“O câncer é uma doença genética, mas nem sempre hereditária”, explica médico

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“Você sabe por que está aqui?” é uma das primeiras perguntas que o médico geneticista Marcial Francis Galera faz aos pacientes oncológicos que chegam ao seu consultório. Na maioria das vezes, a resposta reflete um senso comum: “Eu vim saber se meu câncer é genético”. Essa confusão acontece com frequência, pois muitos tentam entender se a doença é transmitida de geração em geração. Apesar de os termos “genético” e “hereditário” parecerem semelhantes, eles possuem diferenças importantes.

A genética refere-se a qualquer situação em que a causa é uma alteração no DNA — a molécula que contém as informações genéticas de um organismo — enquanto a hereditariedade está relacionada às características e condições herdadas, ou seja, transmitidas de geração em geração. “O câncer é uma doença genética, mas nem sempre hereditária”, reforça o especialista.

O médico explica que os tumores que se enquadram no contexto de hereditariedade correspondem de 5% a 10% dos casos. Segundo ele, os agentes cancerígenos são os principais responsáveis pela alta incidência de cânceres, como a exposição excessiva à luz solar, que pode levar ao tumor de pele, e o tabagismo, associado às principais formas de câncer de pulmão. “Com essa definição, conseguimos indicar a melhor estratégia para o tratamento. Enquanto no primeiro grupo é necessária uma vigilância maior e, talvez, sugerir medidas redutoras de riscos, como a retirada da mama no caso de câncer de mama, no segundo podemos utilizar medidas menos invasivas.”

Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer – Para os cânceres de origem hereditária, a investigação começa com uma análise detalhada do histórico familiar do paciente. É fundamental identificar se há recorrência de tumores na família, especialmente em idades mais precoces do que o habitual ou em diferentes locais do corpo, o que pode sugerir uma predisposição hereditária.

Com base nessa avaliação clínica, testes genéticos são recomendados para detectar mutações nos genes que podem aumentar o risco de câncer. A coleta é feita a partir de uma amostra de sangue, saliva ou mucosa oral. A escolha do teste vai depender do tipo e do local do tumor. Para exemplificar, no caso dos tumores de mama e ovário, que correspondem a cerca de 21% dos cânceres hereditários, o teste a ser realizado envolve a técnica de Sequenciamento de Nova Geração (NGS) e o MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification) para os genes BRCA1 e BRCA2.

Além disso, existem exames mais amplos, como os painéis genéticos multigênicos, que permitem a detecção de variantes, ou seja, alterações em uma série de genes ligados a diferentes tipos de câncer hereditário, entre os mais comuns: mama, ovário, próstata, colorretal e pâncreas. Essas variantes são divididas em cinco categorias, dentre as quais “patogênica” ou “provavelmente patogênica” podem indicar uma Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer.

“Com base nos resultados obtidos, elaboramos um relatório que inclui o cálculo do risco para o desenvolvimento de outros tipos de câncer associados à alteração genética identificada.” Retomando o exemplo do câncer de mama, nesse relatório o geneticista sugere o acompanhamento clínico por especialistas, como o mastologista, que incluirá exames de controle periódicos, além da avaliação da possibilidade de realizar a remoção da mama, dos ovários e das trompas. Essas decisões serão discutidas em conjunto com o paciente e com a equipe, que inclui oncologistas clínicos e cirurgiões oncológicos.

Câncer e Família – Além da atenção ao paciente, o geneticista também desempenha um papel fundamental junto aos familiares. A investigação sobre alterações genéticas que podem ser hereditárias e predispor ao desenvolvimento de Síndromes de Predisposição Hereditária ao Câncer deve ser estendida a outros membros da família, como filhos, irmãos, pais e outros membros.

“Aos familiares, deixamos claro que, caso identifiquemos uma Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer nos testes genéticos, isso não significa necessariamente que a pessoa desenvolverá a doença.” O médico enfatiza que, com o acompanhamento familiar, é possível criar um plano personalizado de monitoramento, que inclui exames periódicos, especialmente para os membros mais jovens da família.

Fonte: ONCOMED MT

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Cidades

Morre em Cuiabá criança de 1 ano que esperava por remédio mais caro do mundo

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O bebê Adrian Emanuel Goy, de 1 ano, morreu após sofrer uma parada cardíaca e ser entubado, nesta quinta-feira, 19, em Cuiabá. Ele tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME) e precisava tomar o remédio mais caro do mundo, avaliado em cerca de R$ 7 milhões.

Adrian foi internado logo nos primeiros meses de vida e chegou a ficar 8 meses em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele recebeu alta no início de dezembro do ano passado, após a família conseguir autorização do plano de saúde para home care. Conforme decisão judicial, o governo federal deveria comprar o remédio chamado Zolgensma até os 2 anos de vida da criança.

Na manhã desta sexta-feira, 20, no entanto, a mãe de Adrian, Geyzirrana Vitória Gois Bay, de 21 anos, informou sobre a morte do filho nas redes sociais. “Nosso fofuxo virou uma estrelinha. Meu coração está em pedaços. Ainda sem acreditar que meu filho se foi”, disse.

Segundo Geyzirrana, Adrian passou mal em casa, foi levado ao hospital, onde foi entubado, mas sofreu uma parada e não resistiu. A família informou que quer levar o corpo para ser velado na cidade natal de Adrian, Canarana, e pediu ajuda nas redes sociais para pagar as despesas.

Desde que o bebê foi internado pela primeira vez, Geyzirrana vivia com o filho no Hospital Santa Casa, em Cuiabá. Ela era natural de Canarana. A família planejava morar em Barra do Garças, mas com a melhora do filho no fim do ano passado, se mudaram para Várzea Grande, região metropolitana da capital.

Neste mês, o governo federal comprou o medicamento mais caro do mundo para a criança. A mãe dele anunciou, há dois dias, que precisava fazer a aplicação, em Curitiba, e que, estava tentando arrecadar dinheiro para pagar as despesas do transporte.

Diagnóstico

Os pais perceberam algo de errado quando o filho tinha 2 meses de vida. “Ele não respirava bem e tinha dificuldade para firmar o corpinho”, explica a mãe. Uma pediatra encaminhou a criança para Cuiabá e já existia a suspeitava da doença.

O processo de descoberta da doença se estendeu por mais dois meses até sair o resultado. Nesse tempo, a criança já estava internada. Para a dor do pequeno e dos pais, a AME foi o diagnóstico final.

Fonte: G1/MT

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