quarta, 17 de abril de 2024
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Mulheres quilombolas se destacam na produção sustentável e na proteção do território

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A contribuição das mulheres agricultoras para o bem-estar socioeconômico, para a segurança alimentar mundial e para a redução da pobreza é celebrada nesta terça-feira, 15 de outubro, com o Dia Internacional das Mulheres Rurais. Dar visibilidade ao trabalho delas é o principal objetivo da campanha regional “Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos”, coordenada pela Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério da Agricultura em parceria com a FAO/ONU e outras instituições.

No Brasil, as mulheres representam praticamente metade da população residente no campo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E mais de 63% delas são afrodescendentes.

Guardiãs da terra

No município de Santa Tereza, em Tocantins, está localizada a comunidade quilombola Barra da Aroeira. Formada em meados da década de 30, a comunidade reúne cerca de 97 famílias que produzem de tudo um pouco: arroz, feijão, mandioca, abóbora, inhame, batata-doce, hortaliças, galinha, porcos.

A Associação Comunitária do Quilombo da Barra da Aroeira é comandada por Maria de Fátima Rodrigues, de 50 anos. Ela tem seis filhos e é a primeira mulher a presidir a associação.

Assim como outras mulheres do quilombo, Fátima é agricultora e artesã, além de ser a principal responsável pelo cuidado da casa. Ela ainda aproveita sua experiência com os alimentos como merendeira escolar. “Eu trabalho meio período na escola e no outro período aqui na casa, na roça plantando mandioca, cuidando das galinhas”, relata.

Mulheres do Quilombo da Barra da AroeiraO modo de produção da comunidade da Barra da Aroeira segue os princípios da agroecologia. A maior parte dos alimentos produzidos pelas agricultoras quilombolas são consumidos pelas famílias da própria comunidade e alguns produtos são vendidos em feiras na capital Palmas.

Maria de Fátima compartilha que o principal desafio da comunidade é conseguir apoio para aumentar a produção e, consequentemente, a renda. “Nosso interesse é produzir mais quantidade, mas até agora enfrentamos muitos desafios para estar organizando a terra pra plantar. Às vezes, as hortaliças perdem, porque não tem como escoar os produtos”, conta.

As mulheres da Barra da Aroeira contam com o apoio da associação e da Cooperativa Quilombarras, criada recentemente pelos agricultores da comunidade. Segundo Maria de Fátima, a cooperativa já está ajudando com a divulgação dos produtos quilombolas e deve reunir futuramente cooperados de outros quilombos da região.

Elas também participam de atividades de capacitação técnica e trocas de experiência promovidas por universidades da região e pelo Departamento de Agricultura Familiar da Secretaria de Agricultura do Estado de Tocantins.

“O que esperamos é um apoio pra nós trabalhadoras rurais, especialmente nós quilombolas, mostrar a nossa força, porque somos pessoas ainda discriminadas. O nosso interesse é melhorar a qualidade de vida e a renda das mulheres quilombolas”, disse Fátima.

Um ato de nascimento

Na comunidade quilombola de Tocantins, a Mumbuca, situada em Mateiros, na área do Parque Estadual do Jalapão, o povoado também é marcado pela gestão feminina. Uma das principais articuladoras do quilombo é Ana Cláudia Mumbuca, de 32 anos. Além de agricultora, Ana é artesã e se tornou professora. Com a experiência da vida acadêmica, ela traduz o cotidiano da comunidade para a cidade e do mundo urbano para os quilombolas.

“Mumbuca é uma comunidade matriarcal. As mulheres são muito especiais nessa comunidade. Há muitas gerações, as mulheres estão na frente no processo educacional, na gestão do quilombo, são agricultoras, artesãs, então, elas compartilham a organização da vida da comunidade”, comenta Ana.

Para manter a produção agrícola de forma sustentável e orgânica, a comunidade desenvolveu quatro tipos de roça: a vazante, que é feita nas terras mais baixas, de várzea; a roça capão, que permite a produção de arroz e feijão em meio as árvores do Cerrado; a roça “esgoto”, considerada a mais permanente, pois garante a comida do ano todo;  e a roça capoeira, que representa a terra deixada para “descansar” depois de um certo período de cultivo.

“A área do cerrado do Jalapão é muito frágil, tem muita areia, é uma terra muito improdutiva para produção agroecológica. Por isso que nós quilombolas somos responsáveis por encontrar um sistema de plantio, uma das roças mais inteligentes que o Jalapão encontrou de produzir”, explicou Ana.

Além da agricultura, as mulheres de Mumbuca se destacam pelo artesanato de capim dourado, uma das principais marcas turísticas da região. A grande meta delas é conquistar a titularidade do território para manter a tradição e garantir que as gerações futuras também possam produzir alimentos no modo tradicional e promover a cultura da região.

“O ato de plantar é um ato de nascimento. Somos de fato guardiãs da terra, da vida, da nossa existência. Sem a terra a gente não vive, a gente não planta. A mulher no quilombo é extremamente importante. Somos cuidadoras dessa terra e responsáveis pela segurança alimentar e ambiental. Nós temos um modo de vida sustentável para o planeta”, disse Ana.

Mulheres da comunidade de Mumbuca

15 dias de mobilização

De 1º a 15 de outubro, a Campanha #Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos promoveu 15 dias de mobilização para valorizar a contribuição das trabalhadoras do campo ao cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável relacionados à igualdade de gênero e ao fim da pobreza rural. O tema norteador da quinzena ativista foi “O futuro é junto com as mulheres rurais”, com a hashtag #JuntoComAsMulheresRurais.

Informações à Imprensa:
Coordenação-geral de Comunicação Social
Débora Brito
[email protected]

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Após “luta” de 1h30, jaú de 150 kg é pescado e solto novamente no rio em Tangará

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Foto: G1

Uma “luta” travada entre pescador e peixe levou cerca de uma hora e meia. Mas não era qualquer peixe. O animal em questão trata-se de um jaú que pesa cerca de 150 quilos. Essa história, que não é conversa de pescador, aconteceu em Tangará da Serra no rio Sepotuba e foi destaque no noticiário de Mato Grosso.

O empresário Lucas Torrente e seus amigos é que pescaram o jaú de 150 kg. Entre fisgar o bicho e levá-lo ate um barranco, se passaram uma hora e meia. Depois de toda essa peleia, o peixão foi solto e voltou para as águas do Sepotuba.

De acordo com o biólogo da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Valdo Troy, em entrevista concedida ao portal G1, um peixe deste peso é uma exceção e tem um papel essencial, que é controlar a população de peixes.

“Seria humanamente impossível brigar sozinho com um peixe daquele tamanho. Foi essencial a experiência junto com meus parceiros, porque o jaú é um peixe muito forte”, disse Lucas, que fisgou o bicho, ao portal. “Ele passava tranquilamente uns 150 kg. Se a gente submetesse ele a uma balança, poderia machucá-lo. Então, nós o soltamos e a dúvida ficou”, completou.

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FRANGO/CEPEA: Demanda externa cresce; preços sobem no Brasil

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Cepea, 08/04/2022 – A maior demanda internacional pela carne de frango motivou altas nos preços domésticos da proteína, segundo informações do Cepea. Com menor disponibilidade interna de muitos produtos, como peito e filé, vendedores seguem elevando as cotações, buscando garantir a margem frente ao custo de produção ainda alto. Além das exportações, o período de início de mês, com o recebimento do salário por parte da população, também favoreceu as altas nos preços. De acordo com dados da Secex, 385 mil toneladas de carne de frango foram exportadas em março, quantidade 13,3% acima da observada em fevereiro e ainda 4,8% maior que a exportada em março/21. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)

Fonte: CEPEA

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