Jurídico
Evento da Escola Judiciária do TSE debate ações afirmativas para a promoção de uma cidadania plural
Em 17 de maio de 1957, Martin Luther King Jr. proferiu um discurso que marcou a história da luta pelos direitos dos negros no mundo inteiro, pedindo aos governantes: “Deixem-nos votar. Mais do que isso: deixem-nos sermos votados”. A complementação à famosa frase, feita pela juíza e mestre em Direito Constitucional Adriana Cruz na abertura da Conferência “Ações Afirmativas em Matéria Eleitoral – Por uma Cidadania Democrática”, resume o teor do evento, que começou nesta quinta-feira (5).
Aberta pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, a conferência é promovida pela Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (EJE/TSE), com o apoio da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep). Tem como objetivo debater a importância da participação das minorias no debate público e nas instituições políticas para a promoção de uma cidadania plural e efetivamente democrática.
Na abertura, o ministro Barroso destacou que a democracia tem um elemento emocional, humanitário, que é o sentimento de pertencimento, um projeto coletivo de autogoverno que deve incluir toda a população. “Quando uma pessoa se sente excluída, ela não adere à democracia e isso a enfraquece. Todos devem ter direito de participar efetivamente. A democracia é composta de cidadão livres e iguais”, disse.
Citando o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, o presidente do TSE lembrou que “temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza”.
Representatividade
Durante a sua fala, o ministro Barroso destacou que as mulheres representam 51,7% da população e 53% do eleitorado, mas apenas 15% do parlamento é composto por mulheres. “O TSE defende o aumento da participação feminina até chegar a 50%, por duas razões: por uma questão de justiça de gênero, de proporcionalidade e porque as virtudes e características femininas agregam valor à vida pública”, ressaltou.
Em seu discurso de abertura, Barroso lembrou ainda inúmeras ações afirmativas da Justiça Eleitoral, como a garantia de maior proporcionalidade para candidaturas de mulheres e recursos proporcionais para candidaturas de mulheres e negros. Parabenizou ainda a EJE pela recente portaria publicada pela Escola, garantindo que todos os eventos promovidos ou apoiados pela instituição tenham 30% de representantes do sexo feminino.
“Tivemos avanços no Brasil, não na velocidade desejada em relação a alguns grupos. A história não é linear, temos idas e vindas. A democracia faz bem para o reconhecimento dos direitos das minorias. É preciso reverenciar aqueles que nunca deixaram de lutar por uma sociedade plural e igualitária”, afirmou Barroso.
Concluindo suas palavras, o presidente do TSE reforçou que algo positivo que ele tem visto no Brasil de hoje é uma consciência social de que um país ou é para toda gente ou nunca será um país desenvolvido. “Por isso, nosso esforço imenso de integração de mulheres, pessoas negras, pessoas LGBTQI+, de pessoas das comunidades indígenas, entre outras. A vida dos povos é feita de muitas gotas, que vão se somando para formar o rio do avanço civilizatório e do progresso social”, finalizou.
Dignidade
Em sua fala, o diretor da EJE/TSE, ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, reforçou que o objetivo da conferência é a promoção da cidadania em sua dimensão plena. “A sensação de dever cumprido só não é maior que a felicidade de oferecer este encontro sobre ações afirmativas em Direito Eleitoral. É imperioso e inadiável avançar e adotar medidas que denotem respeito à diversidade, à subjetividade, ao pluralismo e à individualidade como expressões da dignidade dos seres humanos, essencialmente iguais e essencialmente dignos de proteção constitucional”, disse.
De acordo com o ministro Tarcisio, eventos como a conferência podem ser gotas no oceano, mas carregam na alma as sementes das grandes transformações. “O Estado é que existe em função da pessoa humana, e não o contrário”, citou, lembrando frase do ministro Gilmar Mendes.
Logo após a abertura, foram realizados os painéis “Financiamento específico para as candidaturas de pessoas negras e o racismo estrutural” e “Violência política de gênero e a ocupação dos espaços de poder pelas mulheres”.
O evento continua nesta sexta (6), com transmissão ao vivo no ambiente virtual da EJE, reunindo especialistas e representantes de instituições públicas e de entidades da sociedade civil. Confira a programação de amanhã:
15h – Painel C – Candidatura das pessoas com deficiência: rompendo os paradigmas de caráter excludentes para uma participação efetiva e plena na vida política
16h – Painel D – Candidaturas transgênero: a política como promoção do bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor ou idade
17h – Painel E – Participação política da população indígena e a proteção de direitos humanos fundamentais
18h – Encerramento
MM/LC
Leia mais:
31.10.2020 – Ações afirmativas são tema de evento promovido pela Escola Judiciária do TSE na próxima semana
Jurídico
TRF4 nega recurso da União e determina fornecimento de medicamento para criança com AME
A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu ontem (6/4), por unanimidade, negar recurso da União e manter a decisão de primeira instância que determinou o fornecimento do medicamento Zolgensma, para tratamento de uma criança com Atrofia Muscular Espinhal (AME).
A menina, de 1 ano e 3 meses, mora em Porto Alegre. A mãe ajuizou ação na Justiça Federal em abril do ano passado, alegando que sem o fármaco, a filha corria risco de morte. Em fevereiro deste ano, a 2ª Vara Federal de Porto Alegre proferiu sentença favorável, com cumprimento imediato, determinando à União o fornecimento do medicamento, que tem o custo aproximado de R$ 12 milhões.
A União recorreu com pedido de efeito suspensivo à decisão, e o valor, já depositado judicialmente, não foi liberado. No dia 11 de março, o relator do caso no TRF4, desembargador federal João Batista Pinto Silveira, entendeu que, devido à relevância da matéria, o pedido deveria ser examinado pelo colegiado, e pautou o processo para julgamento na sessão desta quarta-feira.
Na sessão, que foi realizada de forma telepresencial, a 6ª Turma manteve a determinação de fornecimento do tratamento. O relator destacou que “é conhecida a posição do Supremo Tribunal Federal no sentido de que o alto custo da medicação não justifica, por si só, negativa de acesso a tratamento de saúde, uma vez que os pedidos devem ser apreciados caso a caso”.
Em seu voto, o magistrado ainda ressaltou: “mesmo que o fármaco Zolgensma não promova a cura completa, há indícios de que proporciona maior qualidade de vida, com significativa melhora da função motora e redução da necessidade de suporte ventilatório invasivo; tende ainda a apresentar riscos menores para os pacientes, pois não exige que eles se submetam a punções lombares por tempo indeterminado em ambiente hospitalar. Por fim, encerra-se após aplicação de uma única dose, enquanto que os medicamentos já incorporados ao SUS (como nusinersena e risdiplam) são de uso contínuo, de modo que o custo para a manutenção destes últimos, que também têm valor elevado, pode vir a ser tão dispendioso quanto o primeiro”.
Ele concluiu a manifestação de forma favorável à entrega imediata da quantia necessária para o remédio. “Com relação ao perigo de dano grave à União, de difícil reparação, impõe-se considerar que os riscos são consideravelmente mais elevados para a parte autora, já que, à falta de tratamento, a doença degenerativa tende a seguir seu curso, podendo levá-la a óbito. Há também risco de perda da janela de oportunidade. Com 1 ano e 3 meses de idade, aguarda tratamento que, para ter eficácia almejada, deve ser realizado até o final de seu segundo ano de vida. Assim sendo, a sentença deve produzir seus efeitos práticos imediatamente, inclusive quanto à entrega dos valores necessários à aquisição do medicamento”,afirmou Silveira.
Jurídico
Ministro do TST vem ao tribunal conhecer funcionalidades do eproc
O vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desembargador Fernando Quadros da Silva, no exercício da Presidência, recebeu ontem (6/4) visita institucional do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Luiz Philippe Vieira de Mello Filho.
Vieira de Mello, que está em Porto Alegre para a realização da inspeção do CNJ no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, veio conhecer o sistema eproc e suas funcionalidades, principalmente aquelas relativas à execução penal, ressaltando a importância das novas tecnologias na prestação jurisdicional.
Também participou da reunião o coordenador dos sistemas eproc e SEI, juiz federal Eduardo Tonetto Picarelli.
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