A federalização do trecho Jangada-Itanorte representaria um importante avanço logístico para a macrorregião oeste/sudoeste de Mato Grosso, através das conexões com as rodovias estaduais (MTs) 339 e 343.

As duas estradas estaduais ligam, respectivamente, as cidades de Tangará da Serra e Barra do Bugres a Cáceres, sede das futuras instalações da Estação de Transbordo de Cargas (ETC) Santo Antônio das Lendas e da Zona de Processamento e Exportação (ZPE).

MT-339: Estrada é fundamental para viabilização da ZPE de Cáceres e movimentação do porto de Cáceres.

Enquanto a ZPE de Cáceres ainda está no papel, com obras já licitadas mas suspensas por falta de recursos, a ETC aguarda os devidos licenciamentos. Porém, tanto a ZPE quanto a ETC tendem (cedo ou tarde) a converter suas fases de projetos em obras concretas. Uma vez viabilizados, o terminal portuário e a ZPE de Cáceres alavancarão a economia da região. No caso da ZPE, haverá grande impulso na industrialização, enquanto a ETC proporcionará competitividade com a criação de um novo corredor de exportação de commodities pela Hidrovia Paraguai-Paraná.

Tupinambá: “Teremos uma nova e rica realidade econômica nesta região com a multimodalidade e a ZPE de Cáceres”.

Mas, para que estas duas grandes obras tenham a devida viabilidade, as duas MTs precisam estar pavimentadas. Afinal, são elas que suportarão fluxos enormes de cargas e o vai-e-vem de recursos humanos, em vias de mão dupla. A tese é defendida pelos engenheiros Silvio Tupinambá, de Tangará da Serra, e Adilson Reis, de Cáceres.

Para Sílvio Tupinambá, a 339 e a 343 aproximarão Tangará da Serra e Barra do Bugres de vários municípios do oeste, gerando reflexos altamente positivos para a economia regional, proporcionando novos investimentos públicos e privados, incrementando o comércio e o setor de serviços e, assim, criando novas oportunidades de negócios. “Teremos um crescimento significativo do PIB (Produto Interno Bruto) da região, numa nova e rica realidade econômica”, sustenta.

Adilson e o Porto de Cáceres, ao fundo: “Mato Grosso não pode prescindir deste sistema”.

Já Adilson Reis entende que as duas rodovias irão compor um sistema modal misto (rodovia-hidrovia) que complementará as operações do terminal portuário e da ZPE de Cáceres. “Mato Grosso não pode prescindir deste sistema, que potencializará muitas variáveis para o crescimento social e econômico da região e do estado como um todo”, observa.

SITUAÇÕES

No caso da MT-343 (Barra do Bugres/Porto Estrela/Cáceres) o governo do estado já anunciou que a obra – que consiste em 25 quilômetros restantes – já tem ordem de serviço emitida e tem previsão de término para 2020, através da empreiteira TCO Engenharia.

Já a MT-339 – que liga Tangará da Serra à MT-170, na localidade de Panorama, em Salto do Céu – ainda é uma incógnita, tendo apenas confirmados trabalhos de manutenção pelos municípios por onde passa com recursos do Fethab que o governo destinou às prefeituras.

Entretanto, conforme a Lei 10.861/2019 –  sancionada pelo Governo do Estado em março de 2019 -, há possibilidade de formalização da chamada ‘PPP Social’. Esta modalidade consiste na propositura de convênio, por parte de associações de produtores, com o Estado para obras de pavimentação. O trajeto total do trecho a ser pavimentado soma 121 quilômetros.

MT-343: Obras de pavimentação serão retomadas, diz governo.

(*) Ver matéria relacionada:

“Federalização de rodovias estaduais dependerá de mobilização regional”

https://bemnoticias.com.br/federalizacao-de-rodovias-estaduais-dependera-de-mobilizacao-regional/