Farmacêutico enche uma seringa para preparar uma dose da vacina
A cidade do Rio de Janeiro pode ter o adiamento do início de sua campanha de imunização contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) após o governo anunciar o atraso na importação de doses da vacina de Oxford da Índia . Apesar dessa possibilidade, o prefeito Eduardo Paes (DEM) já garantiu que a cidade está pronta para começar a campanha.
“O que a gente espera é que não haja atrasos, mas aí eu confesso que não tenho nenhuma posição oficial do Ministério da Saúde. O importante é que as pessoas entendam que a Prefeitura está pronta, a estrutura está pronta, os pontos estão definidos, tudo aquilo que foi necessário já foi feito para assim que chegar a vacina a gente aplique na população”, afirmou Paes.
O prefeito citou as vacinas CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em e pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, e a vacina de Oxford, feita em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca, e voltou a dizer que seguirá o Plano Nacional de Imunização (PNI).
A indefinição sobre a chegada das doses alterou, inclusive, o anúncio do planejamento da campanha município, que estava marcada para este domingo (17).
“Você tem duas excepcionais vacinas, a Fiocruz AstraZeneca e a Coronavac Butantan, que vão ser disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. A princípio amanhã (domingo) nós iremos anunciar como vai funcionar o plano de imunização. Se tiver alguma posição do Ministério da Saúde, a gente continua anunciando amanhã, se não, a gente adia até o momento que a gente souber ‘olha, vai chegar dia 20? Pode usar dia 20? Então começamos dia 21, 22, o dia que for”, declarou o prefeito em entrevista.
Vacina Covaxin, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech
O laboratório Precisa Medicamentos enviou nesta segunda-feira (8) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a documentação para fazer o pedido de uso emergencial da Covaxin , vacina desenvolvida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech .
“A Precisa Medicamentos apresentou à Anvisa a documentação para o pedido de liberação para uso emergencial da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, de quem a Precisa é representante e distribuidora exclusiva no país”, diz a nota do laboratório.
Ainda segundo o documento, “estudos de fase 3 mostram que a vacina é 81% eficaz, e os anticorpos induzidos pela aplicação podem neutralizar cepas variantes”.
Em fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou a assinatura de contrato com a Precisa Medicamentos para a entrega de 20 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 entre março e maio. A confirmação do uso do imunizante do Brasil, porém, só poderá ocorrer a partir da autorização da Anvisa.
Por meio de nota, a agência afirmou que vai se reunir nesta terça-feira (9) com representantes do laboratório responsável pela Covaxin para tratar da submissão prévia.
De acordo com a Anvisa, ainda não houve pedido de uso emergencial da Covaxin no Brasil e por isso não há prazo em andamento para a análise desta vacina. A reunião de submissão prévia está prevista no Guia de Uso Emergencial. Ela é feita antes do pedido de uso emergencial de vacinas e serve para avaliar se já há dados suficientes para que o laboratório faço o pedido de uso emergencial.
O presidente disse que “a vacina israelense também está na mira”
No fim da tarde desta segunda-feira (08), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que está fazendo acordos com Israel e que “a vacina israelense também está na mira”, em conversa com a imprensa, em frente ao Palácio do Planalto.
“A questão das vacinas, nós levamos uma pessoa [a Israel ] do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações para tratar dessas vacinas nossas com eles. Eu falei que da minha parte, eu não quero reserva de nada lá, nós estamos preocupados em ter a patente de algo tão vital para a humanidade. Trocar informações, passar o que for possível para eles, receber também… E a vacina israelense também está em nossa mira, talvez viemos a fazer um acordo com eles também”, disse o presidente.
Na ocasião, Bolsonaro disse que a Coronavac, vacina da chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, também está avançada, mas que a parceria com Israel seria benéfica em caso de variação das cepas da Covid-19 .
“A nossa [vacina] também está um pouco avançada, está na segunda fase ainda, mas está um pouco avançada. Com esse acordo com Israel, com essa parceria, podemos agilizar também a vacina brasileira, que seria, no meu entender e no entender do pessoal da ciência e tecnologia, muito bom, porque no caso de variação de cepas, nós podemos alterar a vacina aqui no Brasil mesmo”, completou Bolsonaro.
Em conversa com a imprensa, o presidente também celebrou o avanço das negociações com a farmacêutica Pfizer e disse que conseguiu antecipar a vinda dos imunizantes.