Nacional
Câmara encara protestos e tuitaço em nova tentativa de votar Escola sem Partido
A comissão especial que analisa o projeto de lei da chamada Escola sem Partido na Câmara dos Deputados se reúne nesta tarde (7) para tentar, mais uma vez, iniciar as discussões e até mesmo votar o substitutivo apresentado pelo relator, deputado Flavinho (PSC-SP).
A discussão do projeto do Escola sem Partido
, que estabelece limites para aquilo que o professor pode falar em sala de aula e também proíbe debates sobre identidade de gênero nas escolas, estava marcada para começar às 14h, mas os integrantes da comissão especial ainda aguardam o encerramento da ordem do dia no plenário.
Na semana passada, quando era prevista a votação do novo texto, alunos e professores lotaram o plenário da comissão para protestar contra a matéria. Houve até mesmo discussões mais acaloradas com alguns defensores do projeto, que também estavam no local em menor número.
O bate-boca levou o presidente da comissão, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), a considerar fechar as portas da sala de reunião nesta quarta-feira, mas isso não se concretizou e, mais uma vez, manifestantes já se aglomeram no local. Estão presentes representantes de entidades como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), contrária ao projeto, e também do ‘Movimento Direita DF’, favorável à matéria.
Nas redes sociais, a hashtag #EscolaSemCensura é uma das mais comentadas ao longo do dia, com mensagens de protesto ao projeto. A campanha é alavancada pelo Partido dos Trabalhadores
(PT), pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), entre outros grupos.
“O Escola sem Partido é um slogan propagandístico da direita. [O projeto] Tem o partido, na verdade, daqueles que querem o obscurantismo. Daqueles que querem que as pessoas não reflitam e não produzam novos conhecimentos”, reclamou o recém-eleito deputado Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT.
No outro pólo da discussão, o projeto de lei
é apoiado por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e até mesmo pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). “O professor não pode abusar daquela plateia cativa para impor a tua ideologia para a garotada”, argumentou Bolsonaro em entrevista concedida no ano passado.
O novo texto do Escola sem Partido
A nova redação do projeto, já apresentada pelo relator, sugere algumas mudanças em relação ao parecer anterior, entre elas a inclusão de artigo determinando que o Poder Público não se intrometerá no processo de amadurecimento sexual dos alunos nem permitirá “qualquer forma de dogmatismo ou tentativa de conversão na abordagem das questões de gênero”.
Estão mantidas no texto uma série de proibições para os professores das escolas públicas e privadas da educação básica, como promover suas opiniões, concepções, preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Além disso, está mantida a proibição, no ensino no Brasil, da “ ideologia de gênero
”, do termo “gênero” ou “orientação sexual”.
Há a possibilidade de que, mesmo que se iniciem as dicussões sobre o novo texto do Escola sem Partido
nesta tarde, surjam obstruções à votação da matéria e até mesmo pedidos de vista, o que adiaria mais uma vez a conclusão dessa etapa. Para virar lei, o projeto precisa ser aprovado na comissão especial, depois passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, por fim, receber aval do plenário. De lá, o texto é enviado ao Senado, onde também passará por votação antes de ir para sanção presidencial.
*Com informações e reportagem da Agência Câmara
Mato Grosso
Mega da Virada com prêmio de R$ 450 milhões já está com apostas abertas
As apostas para a Mega da Virada começam nesta quarta-feira, 16. Segundo a Caixa Econômica Federal, a estimativa é pagar R$ 450 milhões a quem acertar as seis dezenas – o maior prêmio da história do concurso.
O prêmio principal do concurso não acumula: se ninguém acertar as seis dezenas, o prêmio será dividido entre os apostadores que acertarem cinco dezenas.
O sorteio acontece no dia 31 de dezembro.
Como apostar
As apostas devem ser feitas com volante específico da Mega da Virada em qualquer lotérica do país, pelo aplicativo Loterias Caixa ou pelo portal Loterias Caixa. Clientes da Caixa também podem fazer suas apostas pelo Internet Banking.
Para jogar na Mega da Virada, é só marcar de 6 a 20 números dentre os 60 disponíveis no volante, ou deixar que o sistema escolha os números, por meio da Surpresinha. A aposta simples, com 6 números, custa R$ 4,50.
Também é possível participar por meio de bolões, preenchendo o campo próprio no volante.
Na Mega-Sena, os bolões têm preço mínimo de R$ 10,00. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 5,00. É possível realizar um bolão de no mínimo 2 e no máximo 100 cotas.
Também é possível adquirir cotas de bolões organizados pelas unidades lotéricas. Neste caso, poderá ser cobrada uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota.
Fonte: G1
Nacional
Planos de saúde não precisam cobrir procedimentos fora da lista da ANS, decide STJ
A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) formou maioria nesta quarta-feira (8) para fixar que as operadoras dos planos de saúde não precisam cobrir procedimentos que não constem na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A decisão abarca a cobertura de exames, terapias, cirurgias e fornecimento de medicamentos, por exemplo.
Seis dos nove ministros que votam na Segunda Seção entenderam que o chamado rol de procedimentos da ANS é taxativo – ou seja, que a lista não contém apenas exemplos, mas todas as obrigações de cobertura para os planos de saúde.
Adotaram esse entendimento os ministros Luis Felipe Salomão, Vilas Bôas Cueva, Raul Araújo, Isabel Gallotti, Marco Buzzi e Marco Aurélio Bellizze.
Votaram em sentido contrário os ministros Nancy Andrighi, Paulo de Tarso e Moura Ribeiro. Para esses magistrados, a lista deveria ser “exemplificativa”, ou seja, representar a cobertura mínima dos convênios.
A decisão do STJ não obriga as demais instâncias a terem que seguir esse entendimento, mas o julgamento serve de orientação para a Justiça.
O entendimento do STJ representa uma mudança na jurisprudência que vinha sendo aplicada por boa parte dos tribunais do país, que entendiam que o rol era apenas exemplificativo.
Decisão prevê exceções
O entendimento de que a lista é taxativa deve ser modulado pelos ministros do STJ para admitir algumas exceções – por exemplo, terapias recomendadas expressamente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), tratamentos para câncer e medicações “off-label” (usadas com prescrição médica para tratamentos que não constam na bula daquela medicação).
A tese considerada correta pela maioria dos ministros foi proposta pelo ministro Villas Boas Cuêva e incorporada ao voto pelo relator, Luis Felipe Salomão. Em resumo, o entendimento do STJ é de que:
O rol da ANS é, em regra, taxativo; a operadora não é obrigada a custear um procedimento se houver opção similar no rol da ANS; é possível a contratação de cobertura ampliada ou a negociação de um aditivo contratual; não havendo substituto terapêutico, ou após esgotados os procedimentos incluídos na lista da ANS, pode haver, a título excepcional, a cobertura do tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistente.
Para que essa exceção prevista no quarto tópico seja aplicada, é preciso que:
a incorporação do tratamento desejado à lista da ANS não tenha sido indeferida expressamente; haja comprovação da eficácia do tratamento à luz da medicina baseada em evidências; haja recomendação de órgãos técnicos de renome nacional, como a Conitec e a Natijus, e estrangeiros; seja realizado, quando possível, diálogo entre magistrados e especialistas, incluindo a comissão responsável por atualizar a lista da ANS, para tratar da ausência desse tratamento no rol de procedimentos.
Rol é limitado, dizem especialistas
Especialistas avaliam que o rol de procedimentos da ANS é bem básico e não contempla muitos tratamentos importantes – por exemplo, alguns tipos de quimioterapia oral e radioterapia, medicamentos aprovados recentemente pela Anvisa e cirurgias com técnicas de robótica.
Além disso, a ANS limita o número de sessões de algumas terapias para pessoas com autismo e vários tipos de deficiência. Muitos pacientes precisam de mais sessões do que as estipuladas para conseguir resultado com essas terapias e por isso, no atual modelo, conseguem a aprovação de pagamento pelo plano de saúde.
O julgamento no STJ começou em setembro do ano passado, mas dois pedidos de vista (mais tempo para analisar os processos) suspenderam a deliberação pelos ministros.
O caso chegou à Segunda Seção após uma divergência entre duas turmas do STJ. Agora, o colegiado vai definir qual é o limite da obrigação das operadoras.
Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília
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