Bolsonaro: ‘Não tem por que ter esse trauma todo apenas preocupado com a Covid’
Enquanto pacientes infectados com a Covid-19 morrem por falta de oxigênio em Manaus, o presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta sexta-feira as mortes decorrentes do novo coronavírus e declarou que “não tem por que ter esse trauma toda apenas preocupado com a Covid”. O argumento de Bolsonaro foi que medidas de isolamento social com o lockdown causam trauma “muito mais morte” que a pandemia, por diversas razões.
“Esse lockdown, esse isolamento causa muito mais morte, por depressão, por suicídio, por falta de emprego lá na frente do que a própria pandemia em si. Eu não tenho aqui os dados, o número de mortes por tipo de doença. A Covid tá mais lá embaixo. Então não tem por que ter essa trauma toda apenas preocupado com a Covid”, declarou o presidente, em entrevista de aproximadamente uma hora ao programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, no início da noite.
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Bolsonaro ainda questionou quantas cirurgias não são feitas no Brasil e estão sendo represadas por conta da pandemia e quantas pessoas estão morrendo de câncer, “os mais variados possíveis, porque não vão para o tratamento”. As declarações foram feitas depois de ele defender o retorno às aulas presenciais, citando o número baixo de mortes entre jovens pela Covid-19.
Sobre a situação de Manaus, cujo sistema de saúde entrou colapso nos últimos dias, o presidente foi questionado se a situação na capital do Amazonas estaria melhor se medidas de isolamento tivessem sido evitadas e desconversou, oferecendo uma explicação alternativa:
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“Semana passada a temperatura subiu em Manaus, e os problemas começaram a aparecer”, afirmou.
O presidente disse ainda que enviou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na última segunda-feira, para intervir na cidade e ele imediatamente começou tratamento precoce. Segundo ele, o governo está “fazendo o possível”, mas foi surpreendido por encontrar o sistema de saúde local “numa situação bastante complicada”.
Bolsonaro insistiu ainda na reclamação contra o resultado de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), do ano passado, que o teria “proibido” de atuar no combate à Covid. Ele declarou que a corte resolveu lhe “castrar”.
Na verdade, a decisão do STF, tomada em 15 de abril de 2020, apenas garantiu a autonomia de estados e prefeituras para tomar decisões relacionadas à pandemia. Na mesma decisão, o Supremo deixou claro que o governo federal também pode tomar medidas para conter a pandemia, mas em casos de abrangência nacional.
“Bolsonaristas radicais propagam a ideia de que ser contrário ao presidente é ser favorável a Lula, e vice-versa. A polarização favorece os extremistas, que destroem o país. O Brasil é muito maior do que Lula e Bolsonaro”, disse, no Twitter.
Bolsonaristas radicais propagam a ideia de que ser contrário ao presidente é ser favorável a Lula, e vice-versa. A polarização favorece os extremistas, que destroem o país. O Brasil é muito maior do que Lula e Bolsonaro.
Doria deve ser um dos candidatos à presidência em 2022. Além dele, diversos potenciais presidenciáveis, como Ciro Gomes e Guilherme Boulos, repercutiram a elegibilidade de Lula.
“Fachin sempre teve ligação com o PT. [É uma decisão que] Não me estranha, mas todo mundo foi surpreendido”, disse Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil em frente Palácio da Alvorada.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) , filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou nesta segunda-feira (8) ter participado de uma “reunião secreta” nos Estados Unidos que teria sido convocada para discutir a invasão do Capitólio pelos apoiadores de Donald Trump, que ocorreu no dia seguinte.
“Eu queria ser tão poderoso como falam que eu sou”, disse o deputado. A acusação de que o filho do presidente da República teria participado do planejamento do ato foi reportado no site americano de jornalismo investigativo Proof .
Segundo Eduardo Bolsonaro, ele estava em Washington tentando agendar uma reunião com Jared Kushner, o genro de Trump. No Twitter, ele explicou que, como Kushner estava em viagem devido a uma missão no Oriente Médio, ele teria sugerido a Eduardo que se reunisse com sua mulher, Ivanka, para tratar das iniciativas conservadoras que o deputado lidera no País.
Em janeiro, Eduardo criticou a invasão, dizendo que “não serviu de nada” “Foi um movimento desorganizado. Foi lamentável. Ninguém desejava que isso ocorresse”, disse.