As mudas vieram de Rondônia, mas a produção é tangaraense. Uma área de café, da variedade conilon, plantada em um sítio nas proximidades do Bairro Alto da Boa Vista, encanta pela beleza e qualidade do produto.

Fotos:Gilvan de Melo
Os pés de café, estão forrados de frutos. A beleza dos cafezais surpreendem, considerando que a cultura pouco praticada no município, foi a cerca de 20 anos, a principal atividade econômica para a maioria dos pequenos produtores da região. Cofiante, o agricultor Altair Caldeira, plantou duas mil mudas, e após dois anos de dedicação e empenho, se surpreendeu pela qualidade da produção.
“Eu fico emocionado, eu fui criado no café, tenho 60 anos de idade, sempre mexi com a lavoura de café e fiquei triste que há uns 15 anos a lavoura de café aqui em Tangará foi acabando. Eu vim de São Paulo, pra tocar lavoura de café aqui e fui sentindo na pele. Não tive condições de possuir terra, fui morar em terra dos outros, e hoje moro na fazenda de seo Levi Delcaro, ele tem esse pedacinho de terra que ele cedeu pra mim sobreviver aqui em cima, e resolvi plantar essa lavoura de café, e tô emocionado e muito contente, porque eu nunca vi uma produção igual a essa”, celebra o produtor.

A lavoura está completando dois anos e cada pé, segundo o agricultor, tem alcançado 30 litros em média, demonstrando grande potencial produtivo na região, e pode se tornar uma nova fonte de renda, se houver políticas públicas de incentivo.
“Quando eu cheguei na década de 70, no ‘Colo das Pedras’, ali no ‘Pé de Galinha’, era só café, passando os tempos, foram arrancando os pés e fazendo pasto, não teve incentivo e se acabou. Eu, por curiosidade plantei essas mudas, hoje com a benção de Deus, tô grato. Eu fico muito grato por mostrar pra Tangará da Serra, que aqui produz café. Se houver um incentivo das pessoas que fazem a cidade crescer, se tiver uma cooperativa, o município pode se tornar líder na produção. O resultado tá aí pra quem quiser ver”, ressalta Caldeira.
Impressionado com o resultado da cultura, o produtor aproveitou o que sobrou de terra, e plantou mais 1.800 pés, que ainda esse ano, estarão produzindo. O cafezal é orgânico sem o uso de agrotóxicos ou defensivos agrícolas, com técnicas que incluem o uso de compostagem orgânica, adubação verde, com esterco e folhagens. O resultado é uma superprodução de encher os olhos e movimentar o mercado consumidor mato-grossense.